Este conteúdo é de autoria de um hospital associado à Anahp

Estudo do Einstein estabelece cinturão de mortes por AVC na cidade de São Paulo

O Serviço de Neurologia do Einstein acaba de publicar na  revista da World Stroke Organization uma pesquisa realizada entre 2004 e 2010 sobre a mortalidade causada pelo acidente vascular cerebral (AVC) na cidade de São Paulo.

A pesquisa identificou que regiões com menor índice de desenvolvimento humano (IDH), apresentam maior mortalidade por AVC.

Embora a pesquisa note que, no período de sete anos observado, houve um decréscimo nas mortes por AVC de 28,5% – notadamente pelo maior acesso aos aparelhos de saúde e novos medicamentos à disposição, identificou-se 29 bairros da cidade com alta mortalidade por AVC, que são justamente os de menor IDH.

Os bairros com maior mortalidade estão na zona leste em primeiro lugar e depois, no extremo sul.

O grupo analisou as séries históricas de óbito registrado por AVC, entre 2004 e 2010, usando georeferenciamento, ou seja o endereço da vítima, e o IDH de cada distrito. No período, foi constatado que houve um decréscimo de 66 para 46,7 mortes a cada 100 mil habitantes. Entretanto, observou-se uma grande diferença na mortalidade por AVC entre os distritos, sendo esta maior nos distritos com menor IDH. A diferença entre a maior e a menor taxa de mortalidade chega a quase três vezes.

O AVC é um dos maiores problemas de saúde em todo o mundo e um dos maiores desafios é que 85% dos casos acontecem em países em desenvolvimento, como o Brasil, onde os serviços de saúde são menos efetivos e onde dados epidemiológicos são menos confiáveis.

O derrame é a principal causa de morte no país e mesmo na principal cidade, que é São Paulo e que possui PIB superior até que o de muitos países, o risco de morte por AVC é de quase três vezes maior nos bairros com indicadores de exclusão social altos. Muitos fatores podem ser determinantes para este achado, como por exemplo a capacidade de tratar o AVC na fase aguda nos hospitais da periferia, pior conhecimento e controle dos fatores de risco como hipertensão arterial, a rapidez na identificação de sintomas iniciais do AVC e a oferta de socorro, já que sistemas de remoção encontram mais dificuldade de acessar essas áreas.

Por fim, comunidades com problemas educacionais também recebem menos informação acerca de sintomas e sinais e sobre o que fazer quando esses sinais são apresentados em um paciente. A deficiência na prevenção primária, principalmente o controle da hipertensão e uma alimentação inadequada estão relacionados também ao resultado e às dificuldades sociais nessas regiões.

Regiões afetadas

Os bairros com maior índice de mortalidade por AVC na cidade estão localizados na zona leste e na zona sul.

No total, 29 de 96 distritos com media de mortalidade maior que 20% da media da cidade por ao menos 4 anos dos 7 observados (2004 a 2010).

Fonte: Hospital Israelita Albert Einstein

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