Este conteúdo é de autoria de um hospital associado à Anahp

Esclerose Múltipla: informação é o primeiro remédio

Ao longo da vida, somos expostos a vários microrganismos capazes de nos causar doenças. Para que possamos combater estas ameaças, nosso corpo cria os anticorpos que funcionam como soldados que reagem a qualquer ameaça que tenta nos agredir. Entretanto, em alguns indivíduos, os anticorpos passam a atacar células do próprio corpo. São as chamadas “doenças autoimunes”.

A esclerose múltipla é uma doença autoimune, na qual os anticorpos atacam células do cérebro e da medula espinhal. Estima-se que no Brasil existam, aproximadamente, 24 mil pessoas com a doença.

Dia 30 de agosto foi o “Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla”. Mas, por que ter um dia dedicado a conscientizar as pessoas sobre uma única doença? Porque a falta de informação e o estigma de que este diagnóstico traz são extremamente prejudiciais e impactam diretamente na eficácia do tratamento e na qualidade de vida destes indivíduos de esclerose múltipla.

E o problema já começa no diagnóstico. Como a doença é mais comum em mulheres jovens, ela é, muitas vezes, erroneamente confundida com transtornos depressivos ou de ansiedade, que acabam fazendo com que a pessoa se sinta culpada pelos sintomas e até repreendida por seus familiares. A falta de uma avaliação neurológica cuidadosa, frente às várias queixas que podem ser muito inespecíficas, como uma dormência ou tontura, pode retardar por anos o diagnóstico.

Em seguida, há ainda o desespero no momento do diagnóstico, com o paciente acreditando que está condenado a um fim de vida rápido e catastrófico.  Assim como as muitas doenças autoimunes, o espectro de gravidade da esclerose múltipla é bastante variado. Enquanto existem, sim, os casos em que a evolução da doença é mais agressiva (sendo estes os casos que, normalmente, ganham visibilidade nas mídias), existe também um universo de pacientes que convivem tranquilamente com ela, bem adaptados ao tratamento e com total qualidade de vida.

Por fim, diante da falta de informação adequada e de uma boa relação médico-paciente, muitos caem na tentação dos tratamentos “milagrosos”, com propostas feitas por pessoas sedutoras que usam do momento de desespero e fragilidade dos pacientes para obterem lucro com promessas falsas.

É importante saber que sintomas súbitos, como alteração de visão, tontura, dormência ou fraqueza em qualquer parte do corpo, dificuldade de fala e de equilíbrio, devem sempre ser avaliados imediatamente em busca da identificação da causa. Nos hospitais da Rede Mater Dei de Saúde, existem equipes de neurologia com profissionais capacitados para a avaliação neurológica imediata, com todos os recursos de exames necessários para o correto diagnóstico e terapêutica adequada.

A esclerose múltipla tem tratamento, que possibilita ter uma vida normal, desde que se mantenha a serenidade e o positivismo, uma boa relação com o médico assistente, a adesão total ao tratamento e a vontade de viver de forma plena e feliz.

Gustavo Daher Vieira de Moraes Barros

Coordenador do Serviço de Neurologia do Hospital Mater Dei Contorno

Fonte: Hospital Mater Dei – 01.09.2015

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