Este conteúdo é de autoria de um hospital associado à Anahp

Dia Nacional do Combate ao Fumo: Hospital Anchieta lista os riscos causados pelo tabagismo

No dia 29 de agosto, Brasil comemora queda de 30,7% no número de fumantes nos últimos nove anos

Com o tema “Viver bem é viver com saúde. Fique longe do cigarro”, o Instituto Nacional de Câncer (Inca), com o apoio do Ministério da Saúde, lança mais uma campanha para lembrar o Dia Nacional de Combate ao Fumo, que ocorre sempre em 29 de agosto de cada ano. A data foi criada em 1986 pela Lei Federal nº. 7.488 e tem como objetivo reforçar as ações nacionais de sensibilização da população brasileira para os danos causados pelo tabaco.

Segundo estudo divulgado pelo Inca, nos últimos nove anos, o número de fumantes no Brasil caiu 30,7%. A queda é resultado dos novos hábitos da população e das inúmeras ações promovidas pelo governo e instituições de saúde. Para o pneumologista do Hospital Anchieta, Daniel Boczar, a população está a cada dia mais consciente dos efeitos negativos do fumo. “Associado às campanhas de esclarecimento a população temos ainda o impacto positivo da melhora da legislação antifumo, o aumento da carga tributária sobre o cigarro e disponibilidade de tratamento em grupos multidisciplinares especializados, inclusive com acesso a medicamentos que auxiliam na cessação do tabagismo”, explica.

Apesar dos dados positivos, o alerta sobre os riscos causados é extremamente importante. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), fumar é a principal causa de morte evitável no mundo. O câncer de pulmão é a doença que mais se destaca, com 90% dos casos diagnosticados associados ao consumo de derivados de tabaco. “Cerca de 30% de todos os cânceres são relacionados ao cigarro. Os principais são boca, laringe, faringe, estômago, esôfago, pâncreas, rim, bexiga, colo do útero e pulmão. O tabagismo é responsável por 25% dos infartos e anginas; 25% das ocorrências de derrame cerebral; 85% dos pacientes com bronquite crônica e enfisema são fumantes, além de úlceras gastroduodenais, infecções respiratórias, impotência sexual e claudicação”, destaca o pneumologista, citando estudos da OMS.

De modo geral, todas as substâncias presentes na fumaça do cigarro podem agredir diversos órgãos. Elas danificam a parede dos vasos sanguíneos, promovem inflamação no tecido que envolve os pulmões, enfraquecem o sistema imunológico, causam AVC e propiciam mais de uma dezena de tipos de câncer. Segundo Daniel Boczar, a dependência é causada pela nicotina. “Ela se liga às células cerebrais, criando um mecanismo de satisfação. Como qualquer droga, a dependência exige uma dose cada vez mais elevada para produzir o mesmo efeito”.

Abstinência

Quando a pessoa decide parar de fumar, ela pode apresentar alguns sintomas desagradáveis, como dor de cabeça, tonteira, irritabilidade, agressividade, alteração do sono, dificuldade de concentração, tosse, indisposição gástrica e outros. Esses sintomas caracterizam a síndrome de abstinência da nicotina. É importante saber que a “fissura” geralmente não dura muito tempo e vai reduzindo gradativamente a sua intensidade.

Tratamento

O tratamento do tabagismo é baseado em medidas cognitivo-comportamentais, que permitem transmitir ao fumante os conhecimentos necessários para cessar o tabagismo, e estratégias para modificar seu comportamento. Existem os grupos de cessação do tabagismo, que consistem na abordagem multidisciplinar como peça fundamental para o tratamento cognitivo-comportamental. No Distrito Federal estes grupos são realizados em empresas, em centros de saúde e hospitais. Além disso, existe o tratamento medicamentoso. “É importante salientar que as medicações são parte do tratamento e é necessário primeiramente que o paciente manifeste o desejo de cessar o tabagismo. Sem isso, perderá em efetividade”, explica o pneumologista.

Benefícios

Ao para de fumar, diversos benefícios ocorrem na vida da pessoa: diminuição do risco de doença cardíaca e câncer de pulmão; esperança de vida aumentada de cinco a oito anos; redução da despesa com cigarros e com tratamento de doenças ligadas; redução do envelhecimento precoce; clareamento dos dentes e pontas dos dedos; melhora da resistência física para exercícios, da qualidade de vida e da sensação de bem-estar, com a certeza de ter conquistado algo importante para si.

Lei antifumo

A fim de proteger a população e contribuir para diminuição do tabagismo entre os brasileiros, em dezembro de 2014 foi regulamentada a Lei Antifumo (12.546), que proíbe fumar cigarrilhas, charutos, cachimbos, narguilés e outros produtos em locais de uso coletivo, como restaurantes e clubes, mesmo que o ambiente esteja parcialmente fechado por uma parede, divisória, teto ou até toldo.

Fonte: Hospital Anchieta – 27.08.2015

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