Este conteúdo é de autoria de um hospital associado à Anahp

Crianças não devem ir a hospital ao primeiro sinal de febre

O período de inverno está chegando e com ele surge um problema que lota as unidades de emergência privadas e públicas de todo o país: as viroses.

“A questão é que adultos e crianças são levados para o atendimento emergencial quando surge o primeiro sinal de febre, o que é um erro. É preciso controlar a temperatura de imediato através do banho frio associado ao uso de antitérmicos (dipirona ou paracetamol) e observar como tudo se apresenta nas primeiras 24h ou 48h seguintes. Persistindo a febre, passa a ser necessária uma avaliação médica, que pode ser na consulta à emergência, ou em consultório com o médico assistente, clínico ou pediatra”, orienta a pneumologista Mirtes Melo.

Conforme explicou a especialista, os processos virais na sua apresentação inicial são muito parecidos. A febre geralmente se acompanha de sintomas de dor no corpo, perda de apetite, falta de ânimo e muitas vezes coriza, coceira no olho e tosse, sendo essa a razão de se observar como tudo se mostrará.  

A pneumologista enfatiza que o controle da temperatura deve ser a medida imediata, com o banho frio e uso de antitérmico para evitar grandes elevações de temperatura a níveis perigosos, expondo, principalmente as crianças, ao risco de desenvolver convulsão febril.

“Adultos e crianças com processos virais devem ficar recolhidos ao domicílio e receber a ingesta de líquidos a fim de se manter a hidratação. A temperatura deve ser medida a cada seis horas. Após os cuidados domiciliares, se a febre continua e demais sintomas permanecem, o paciente deve ser levado a uma avaliação médica”, reforçou novamente a médica Mirtes Melo.

A febre é o sinal de alerta de que o organismo imunocompetente está reagindo ao agente invasor, daí a necessidade de observação das alterações associadas a ela no período inicial de 24h a 48 horas. Essa, inclusive, é uma das primeiras perguntas realizadas pelo médico do primeiro atendimento.

A superlotação das emergências públicas ou privadas, no atendimento a adultos e crianças, faz com que doentes reunidos no mesmo ambiente fechado disseminem e propaguem os processos virais. Riscos de contaminação estão aumentados nesses locais, daí o alerta dos médicos para que portadores de processos virais só sejam levados aos hospitais em casos emergenciais.

Baseado no Protocolo de Manchester, o relatório anual da Santa Casa de Maceió mostra o quanto essa realidade afeta o atendimento na Emergência 24 Horas da instituição. Nada menos que 66% dos atendimentos realizados em 2014 foram classificados como “pouco urgente” (assistência em até 2 horas). Já os urgentes (1 hora para atendimento) foram cerca de 25% e os muito urgentes (atendimento em até 30 minutos) apenas 7,5%.

Fonte: Santa Casa de Maceió – 26.05.2015

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