Este conteúdo é de autoria de um hospital associado à Anahp

Avanços na medicina proporcionam qualidade de vida para pacientes com epilepsia

Alertas para o diagnóstico e tratamento da doença serão reforçados no Dia Mundial da doença que afeta cerca 70 milhões de pessoas no mundo

A epilepsia, distúrbio do funcionamento elétrico do cérebro que provoca repetições de crises epilépticas, é a segunda doença neurológica mais prevalente no mundo. Considerando os estudos epidemiológicos mais recentes, que dão conta da presença de epilepsia em cerca de 1% da população mundial, estima-se que a doença atinja, atualmente, 100 mil gaúchos e 15 mil porto alegrenses. Por isso, o Dia Mundial da Epilepsia (09 de fevereiro) lembra a importância do diagnóstico e tratamento desta patologia.

Seu surgimento pode ocorrer por diversos fatores, desde malformações da estrutura cerebral, genética, comprometimento da oxigenação do cérebro no momento do parto, passando por trauma craniano, até doenças neurológicas adquiridas em algum momento da vida, como meningites, doenças parasitárias, isquemias ou hemorragias cerebrais espontâneas, ou ainda tumores cerebrais. Todas essas situações podem provocar descargas elétricas excessivas e anormais no cérebro.

As manifestações da epilepsia podem ser parciais ou generalizadas. As frequências das crises variam conforme o paciente e também da intensidade do quadro. “Com a medicação, o paciente tem 70% de chances de ficar livre das convulsões. Por isso, o diagnóstico através de um eletroencefalograma completo e de um exame de imagem é fundamental”, destaca o coordenador do Centro de Epilepsia do Serviço de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital Moinhos de Vento, José Augusto Bragatti.

Avanços no tratamento

Nos últimos anos, diversos melhorias vêm sendo desenvolvidas e alternativas têm sido acrescidas ao arsenal terapêutico no tratamento da doença. Alguns progressos contribuíram para o desenvolvimento de novas medicações anticonvulsivantes e na estimulação elétrica cerebral, uma alternativa de combate ao avanço da doença. “Muitas síndromes epilépticas da infância têm agora sua origem genética identificada, permitindo que algumas mutações possam ser revertidas”, salienta o neurologista.

O tratamento cirúrgico também representa um grande avanço e permite que o médico possa operar apenas a região doente, poupando todo o restante de tecido cerebral normal. Além disso, as novas medicações anticonvulsivantes ampliaram as mais de 20 opções já existentes no mercado. “A respeito do uso do canabidiol, especialmente no tratamento de crianças com paralisia cerebral, ainda não há um consenso. Apesar de relatos de sucesso, a maior preocupação da comunidade científica é o perfil tóxico potencial dessa droga”, conclui o neurologista.

Mais recentemente, alguns importantes avanços científicos permitiram grandes mudanças, como o uso do ácido valpróico em gestantes com a doença. Antes, sua utilização era radicalmente proibida em razão da produção dos defeitos congênitos e da diminuição da futura capacidade intelectual do bebê. Agora, surge como uma alternativa segura, desde que utilizado em doses inferiores a 750 mg/dia.

Já a estimulação elétrica cerebral tem crescido como alternativa em pacientes resistentes aos medicamentos anticonvulsivantes, e que não têm indicação de tratamento cirúrgico. O método consiste na utilização de um dispositivo que produz estímulos elétricos intermitentes, colocados em algum ponto do cérebro responsável pelas crises do paciente, comprovadamente útil na inibição dos sintomas nestes casos.

Fonte: Hospital Moinhos de Vento – 12.02.2016

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