Panorama da gestão de estratégias de curto e longo prazos nos Hospitais Brasileiros – ênfase nas práticas e ferramentas utilizadas

IMG 5899 ff619O primeiro evento da Anahp em 2016  não poderia ter sido melhor. Excelentes palestrantes, coquetel para promover o benchmarking entre os participantes e grande presença do público presencialmente e on line.

Realizado na noite de quinta-feira (25) pela Anahp e Symnetics, consultoria de gestão e inovação com mais de 25 anos de história, o Debate Estratégico Anahp apresentou o tema ‘Panorama da gestão de estratégias de curto e longo prazos nos Hospitais Brasileiros – ênfase nas práticas e ferramentas utilizadas’ para profissionais de diferentes segmentos do setor Saúde.

A abertura do encontro foi feita pelo presidente do Conselho de Administração da Anahp, Francisco Balestrin, que agradeceu a participação do público e apontou para a importância da gestão estratégica como pauta sempre presente nos hospitais.

“Como hospitais de excelência, temos o papel de sermos precursores de tendências. Debates como esse, que abordam algo tão essencial para nossas instituições, são fundamentais para provocarmos uma mudança de realidade na saúde brasileira”, afirmou Balestrin.

Em seguida, foi a vez de Paulo Chapchap, CEO do Hospital Sírio-Libanês (SP), e Maria Lucia Pontes Capelo Vides, Superintendente do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos (SP), apresentarem os cases de suas instituições, em que o desenvolvimento e a gestão de estratégias puderam contribuir pela sustentabilidade e crescimento de suas entidades.

Paulo mencionou como é importante contar com a visão de quem está de fora, caso de consultorias especializadas, mas lembrou que nem sempre é fácil encontrar uma que tenha sintonia ou conhecimento sobre o setor a ponto de compreender a prática da Saúde no Brasil.

“Em 2007, contratamos uma consultoria para o Sírio-Libanês que apresentou um relatório dizendo que nos próximos 10 anos não poderíamos abrir novas unidades ou mais do que 25 leitos ou comprometeríamos a nossa sustentabilidade. Algo semelhante foi dito anos depois por uma outra. Esses relatórios ficaram na gaveta – nem sempre o que te dizem é o que você deve fazer – mas de todo modo foram importantes para o nosso amadurecimento e reflexão. Quando, algum tempo depois, construímos um planejamento sólido com a Symnetics e ele fazia sentido para nós, foi o momento de agir. Hoje, os resultados do hospital comprovam que aquele primeiro relatório, apresentado em 2007, não era o melhor para nós”, lembrou Paulo Chapchap, ao citar as expansões realizadas pela instituição nos últimos anos.

Para Paulo, criar um bom planejamento é imprescindível, mas ele sozinho não será suficiente para promover a mudança desejada no hospital. “Sempre existe o risco de você planejar um monte de coisas e não executar nada, por isso é necessário ter compromisso com a execução. Ritual é fundamental para fazer as coisas andarem. Se você não tiver ritual, não atinge alinhamento e as coisas não fluem”, indica.

Maria Lucia comentou que a gestão de qualidade no Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos se intensificou a partir de 1999, com a implantação da Metodologia ISO 9001. Em 2007, foi desenhado um planejamento estratégico para o período 2007-2012. Em 2010, a conquista da acreditação ONA nível 3 confirmou o sucesso do planejamento.

“São inúmeros os desafios para se alcançar uma transformação positiva, mas entre os maiores está tornar a estratégia um trabalho de todos, de modo que seja qual for o nível que o colaborador ocupe no hospital, o indivíduo se sinta parte do projeto. Por isso, para a construção da nossa estratégia ouvimos muito e a todos. Foram 5 workshops, reuniões, entrevistas internas e externas, que totalizaram mais de 100 participantes e a participação de todas as áreas do hospital. Hoje, cada área tem consciência de quanto contribui para a estratégia e acompanhamos cerca de 46 indicadores estratégicos”, relembrou.

Fanny Schwarz, sócia-diretora da Symnetics, ressaltou a grande pressão pela qual os hospitais têm passado no Brasil para se tornarem mais sustentáveis a longo prazo. Ela chama a atenção para o desafio em estabelecer um relacionamento mais robusto com pacientes e fornecedores, o crescente custo de insumos e equipamentos, a instabilidade no fluxo de pagamentos (glosas), entre outros.

“Os hospitais têm sido efetivos em descobrir processos críticos. A grande questão é como desenvolver instrumentos capazes de antecipar essas situações. E, mais do que isso, como desenhar planos de ação que agreguem valor às instituições e as coloquem em posição de destaque no mercado”, disse.

Para Rogerio Caiuby, sócio-diretor da Symnetics, questões como o envelhecimento da população e a crise futura da previdência, a insustentabilidade do setor, o capital estrangeiro, etc., são algumas das tendências que devem levar a uma rediscussão e revisão do sistema de saúde no Brasil. 

Ele explica que o trabalho da consultoria segue três etapas. “Na primeira, há a formulação da estratégia, na segunda, a gestão da execução, e na terceira, a intervenção na operação, que passa por uma transformação na cultura da empresa. Ao final, nosso objetivo é que o hospital alcance um novo patamar de desempenho operacional”, enfatizou.

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