Gerenciar as lesões por pressão no centro cirúrgico é essencial tanto para a saúde e qualidade do cuidado ao paciente como para prevenir os eventos adversos e, assim, diminuir o tempo de internação.
O tema foi abordado por Rosangela Oliveira, enfermeira e membro da Sociedade Brasileira de Enfermagem em Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Estomaterapia, durante o Café da Manhã Anahp promovido pela Cremer.
De acordo com Rosangela, as lesões de pele ocorridas em centros cirúrgicos podem ser por pressão; por fricção; por queimaduras e por trauma – como uma ferida operatória, por exemplo. Elas podem impactar na recuperação do paciente e estender a internação, o que consequentemente, aumentará os gastos da entidade.
A situação ainda pode se agravar, pois nem sempre o plano de saúde do paciente cobrirá o tratamento da lesão. Outra dificuldade nessa área é a falta de notificação do evento ou a subnotificação, que torna o combate às ocorrências mais difícil, pois não se sabe qual, de fato, é o tamanho do desafio.
“Os números ainda não são transparentes, às vezes, ocorre a subnotificação motivada pela falta de transparência, mas também pela falta de conhecimento ao fazer as notificações”, analisa Rosangela. “Hoje não temos padronização, a notificação deveria ocorrer por lesão e não por paciente, pois há pacientes que saem do centro cirúrgico com quatro lesões”, completa.
Para Rosangela, o que cada instituição deve adotar um mapa de risco, cruzar informações dos perfis de risco [diabéticos, obesos com a quantidade de pacientes desse perfil que o hospital recebe e tentar prevenir os eventos.
“É preciso entender a população, o tempo de exposição, levantar as ocorrências e traçar o cenário epidemiológico”, diz.
Além disso, é preciso considerar os protocolos para a prevenção das lesões. Rosangela orienta usar o National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP), o European Pressure Ulcer Advisory Panel (EPUAP) e o Pan Pacific Pressure Injury Alliance (PPPIA).