Interoperabilidade é chave para futuro dos sistemas de saúde

Café da Manhã Anahp em parceria com a Totvs discutiu papel do governo, das instituições de saúde e das fabricantes de TI em tópico bastante sensível

A descentralização dos dados clínicos entre diferentes sistemas, de diferentes fabricantes e – pior – diferentes hospitais são um desafio para o cumprimento da velha máxima: os dados do paciente pertencem a ele próprio. Também são um problema do ponto de vista clínico e operacional, pois a falta de um histórico centralizado acaba gerando pedidos de exames em excesso ou diagnósticos menos precisos. Por isso a questão da interoperabilidade é tão necessária – e ao mesmo tempo tão complexa.

Luciano de Oliveira, Gerente Executivo do Segmento Saúde da fabricante brasileira de sistemas Totvs, esteve na sede da Anahp na última terça-feira (11) para debater justamente o tema “Interoperabilidade e Centralização das Informações sobre o Paciente”. Para o executivo, a interoperabilidade é fundamental em um setor que inevitavelmente enfrentará uma série de desafios futuros que demandam mais eficiência e transparência.

“O paciente é sempre originador, causa, base, de tudo o que fazemos em saúde”, ponderou Oliveira à plateia. “No entanto, eles têm as informações espalhadas em diversas instituições, e apesar de ser dono delas é o que menos tem acesso. Como empoderar esse paciente e fazer as instituições se fortalecerem?”

Parte do esforço, para o executivo, sem dúvida repousa sobre o próprio governo. Fabricantes de sistemas de TI atualmente participam de grupos de trabalho e iniciativas da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e do próprio Ministério da Saúde (como o projeto de Interoperabilidade SOA-SUS, do Departamento de Informática do SUS, o DataSUS). A expectativa do governo é engajar cada vez mais o paciente no cuidado da própria saúde, mas para isso os dados precisam estar disponíveis de forma segura.

“O governo tem que trabalhar para que as empresas se organizem”, explica. “Tecnicamente o nível das soluções para serem interoperáveis é muito complexo.”

Isso significa engajar empresas concorrentes em torno de uma base comum, um conjunto mínimo de dados que valerá para qualquer sistema comercializado no país. Isso também traz, é claro, impacto sobre a gestão das empresas. “Precisamos mudar a forma de fazer gestão no Brasil e isso passa pela tecnologia.”

Há ainda o próprio esforço dos desenvolvedores de tecnologia, dos hospitais e das operadoras para inovar. A Totvs, por exemplo, está investindo em um conjunto de aplicações – a serem lançadas nos próximos anos – que incluem aplicativos móveis para os pacientes, para os médicos, para os hospitais e as operadoras, permeado por tecnologias de Big Data, como forma de tornar mais informações disponíveis.

“Chegamos a um ponto em que ou nos mexemos para fazer algo diferente ou morremos”, sentenciou o executivo.

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