Hipertensão Pulmonar e Óxido Nítrico Inalatório

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Há cerca de 20 anos, o óxido nítrico (NO) era considerado somente um gás nocivo, extremamente tóxico. Posteriormente, descobriu-se que o NO é produzido por várias células do organismo, sendo essencial em inúmeras funções orgânicas.

Nos vasos sanguíneos, sua formação contínua pelas células endoteliais promove o relaxamento da musculatura lisa subjacente, produzindo vasodilatação. No sistema imune, macrófagos – quando estimulados – produzem grande quantidade de NO, que funciona como uma “matadora de moléculas”, destruindo células-alvo (cancerosas) e microorganismos. O NO atua também em outros sistemas, tais como o sistema nervoso central (SNC), gastrintestinal, respiratório, cardíaco e genitourinário. Esses achados levaram a extensa produção científica relacionada ao NO.

Em 1998, graças a um estudo ligando o óxido nítrico à ocorrência de problemas cardiovasculares R. Furchgott, L.Ignarro e F. Murad ganharam o Prêmio Nobel de Medicina.

Estudos recentes em recém-nascidos demonstraram de modo claro os efeitos benéficos da inalação do NO na síndrome da hipertensão pulmonar persistente do neonato (HPPN), resultando na aprovação do uso do NO inalatório pela Food and Drug Administration (FDA) para os neonatos de termo e próximos ao termo (> 34 semanas).

Para discutir sobre o tema, a Anahp e a Air Liquide, líder mundial em gases, tecnologias e serviços para a Indústria e Saúde, ofereceram, na manhã desta terça-feira (07/06), o Café da Manhã “Hipertensão Pulmonar e Óxido Nítrico Inalatório”.  

Na ocasião, foram apresentadas as principais incidências da Hipertensão Pulmonar Persistente do Recém-Nascido, sugestões para a realização de diagnóstico precoce e diferencial
, comparado o tratamento convencional com o tratamento com Óxido Nítrico inalatório, bem como benefícios
, resultados clínicos
 e mitos e verdades sobre essa terapia.

d96130ab-e831-410e-a4a6-c4301d73c26e 37e6eO oxido nítrico, recurso oferecido pela Air Liquide, e seu uso no tratamento da HPP do RN foi apresentado aos visitantes por Dr. José Maria Rodriguez Perez, Coordenador médico do Centro Internacional de Neurodesenvolvimento Neonatal (CINN), Secretário da Sociedade Ibero Americana de Neonatologia (SIBEN)
 e Consultor da Terapia com Óxido Nítrico Inalatório. 

“A hipertensão pulmonar persistente (HPP) do recém-nascido (RN) constitui uma das mais importantes causas de morbi/mortalidade no RN a termo, ocorrendo numa incidência de 0,43-6,8/1000 nascidos vivos e com uma mortalidade de 10-20%”, alerta.

Sobre o tratamento, ele diz que o uso do NO está hoje em grande discussão entre os médicos, mas há diversos estudos que demonstram sua eficácia nesse tipo de tratamento. “Em bebês ventilados com NO há um aumento significativo da pressão parcial de O2. A decisão e início do tratamento em um curto espaço de tempo são fundamentais, já que quanto mais grave o quadro clínico do bebê, mais difícil é o seu tratamento mesmo com o NO”, explica.

Ainda a despeito do NO, Dr. José Maria afirma que existem ainda muitos hospitais que não dispõem desse recurso para o tratamento de recém-nascidos com HPP, principalmente devido ao custo do tratamento e à resistência das operadoras de planos de saúde em arcar com um eventual custo desse gênero.

“Sabendo das sequelas neurológicas que os bebês podem vir a sofrer, é inacreditável que ainda existam operadoras de planos de saúde que negam esse tratamento a RN. Quanto custa a operadora o tratamento de um bebê sequelado? Eles não fazem a conta, eles só pensam na conta hoje. Um estudo do Canadá estimou que o valor de um paciente neurologicamente sequelado chega a 4 milhões de dólares. Não é um custo, é um investimento para prevenir algo muito maior”, enfatiza.

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