DRG e seus benefícios são tema de Café da Manhã Anahp

Instrumentos que tornem mais visíveis e gerenciáveis os custos de uma operação hospitalar, assim como todos os elementos que a compõe, são um bom caminho para a tão desejada sustentabilidade. Um desses instrumentos é o DRG (Diagnosis Related Group), metodologia que vem sendo usada com sucesso em algumas instituições da saúde suplementar brasileira, e que foram apresentadas pela Planisa no Café da Manhã Anahp de quinta-feira (21), realizado na sede da Associação em São Paulo.

A Planisa se vale da DRG Hospitalar, variação da metodologia adaptada ao perfil hospitalar brasileiro. Com ele, é possível mapear os custos a partir de semelhanças nos diagnósticos e nos perfis dos pacientes que dão entrada no hospital, de acordo com a complexidade assistencial. É uma combinação de diagnóstico principal, comorbidades, idade, procedimentos cirúrgicos e complicações. Cada DRG torna-se um “produto assistencial” clínico ou cirúrgico que consome recursos de modo homogêneo.

A partir dos DRGs para a gestão de leito, por exemplo, foi possível concluir que o grande vilão dos custos no hospital é a permanência hospitalar. Tanto no modelo fee for service, ou de conta aberta, como no de pacote, quanto maior a permanência, menor o lucro. “Não faltam leitos, falta gerir melhor os que existem”, ponderou Marcelo Carnielo, Diretor Técnico da Planisa. “Com o DRG o hospital dá um passo à frente em informações para a tomada de decisões.”

Desafios práticos
Dentro do propósito institucional do Hospital Moinhos de Vento (HMV), de Porto Alegre, estão sustentabilidade e qualidade como formas para cuidar de vidas. O DRG entra neste contexto, e enfrentou diversos desafios desde o projeto piloto desenvolvido em parceria com a Anahp. O primeiro deles foi a inclusão da metodologia no projeto estratégico da instituição, e depois a seleção de um sistema da informação (software) que facilitasse a extração dos dados e tivesse uma base brasileira para comparação (benchmark).

Depois foi definida e contratada uma equipe de codificação dos DRGs, considerando que o perfil dos codificadores é bastante específico: graduados em enfermagem com pós-graduação em auditoria de contas ou experiência assistencial. Eles foram treinados usando como exercícios casos clínicos da própria instituição. Foi desenvolvido ainda um manual institucional para padronizar as informações de todo HMV.

A codificação vem sendo feita desde maio de 2017, e chegou em setembro a 3.231. Entre os resultados já obtidos está o tempo médio de permanência da instituição. Também é objetivo conhecer o case-mix do hospital, além de monitorar a qualidade assistencial e os recursos utilizados, além dos desperdícios, e as taxas de condições adquiridas, reinternações e mortalidade.

No projeto feito entre a Unimed Porto Alegre e o Hospital Mãe de Deus, ambos também da capital gaúcha, o objetivo do DRG não era alcançar um novo modelo de remuneração, mas sim ampliar a qualidade e a eficiência do atendimento prestado. Por qualidade entenda-se melhor experiência para o paciente, desospitalização mais segura, redução de readmissões, internações e eventos adversos.

Tentativas malsucedidas anteriores de implantação do DRG tanto da Unimed como o HMD deixaram uma base para uma construção conjunta, iniciada em 2017. O objetivo é compartilhar a codificação e a base de dados entre a operadora e o hospital, gerando indicadores e planos de ação.

A primeira fase incluiu o acompanhamento de indicadores assistenciais, a definição de metas e a troca da banda de produção pela banda assistencial. O objetivo é permitir que a remuneração seja feita por DRG, trazendo ganhos no processo de autorização de procedimentos e, depois, pagamento pela operadora. Os ganhos incluem eliminação de tempo de autorização e de processamento das contas, logo aumentando eficiência e reduzindo custos de operação.

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