Anahp comemora 15 anos com vinho exclusivo e livro de memórias de hospitais no Brasil

A Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp) lança nesta quinta-feira, dia 17 de novembro, um rótulo de Merlot ,da vinícola Don Giovanni, e o livro “O Hospital – Memórias de um Brasil em transformação”, que reúne histórias e memórias do setor hospitalar brasileiro. O duplo lançamento comemora os 15 anos da instituição e relembra os avanços obtidos na medicina, na gestão da assistência e na importância das instituições hospitalares na sociedade, na economia e na indústria.

O brinde com o Merlot comemorativo, batizado de “A Carta”, em referência ao conjunto de princípios que norteia a atividade dos associados, está marcado para esta noite, num jantar de gala para convidados durante o 4º Conahp – Congresso Nacional de Hospitais Privados, que acontece até esta sexta-feira.

História da saúde

Em uma noite de maio de 1961, três meses antes da inauguração do hospital, uma criança correu ao ambulatório para pedir socorro por sua mãe que, do outro lado da estrada, na fazenda onde morava, estava prestes a parir. A mulher foi levada às pressas ao centro de saúde ainda não totalmente acabado, no qual uma sala de parto já finalizada aguardava as primeiras pacientes. O choro do pequeno Marcelino – batizado com o nome da santa que motivou a união de benfeitoras que, naquele momento, o traziam à vida – ecoou pelas paredes, umas rebocadas e outras ainda com a alvenaria exposta, pelos corredores vazios e por toda a instalação que, anos mais tarde, receberia centenas de pessoas. As lembranças são da irmã Giuseppina, 87 anos, diretora de humanização do Hospital Santa Marcelina, que não se arrisca a dizer quantos partos já fez nem um número aproximado de pessoas atendidas no período em que foi a única médica de Itaquera.

Incitadas por um espírito de gratidão à sociedade que lhes acolhera, um grupo de senhoras desejavam retribuir, oferecendo, aos menos favorecidos, atendimento gratuito à saúde, financiado pelas pessoas que podiam pagar pelo serviço. E foi com a ajuda financeira de um grupo de doadores, a Sociedade Beneficente de Senhoras iniciou as obras do hospital em 1931, em uma colina até então pouco habitada da região da Bela Vista. Mas a Segunda Grande Guerra Mundial (1939-1945) adiou o sonho daquelas senhoras: por força de um decreto, o edifício foi alienado ao exército, que, por 20 anos, o utilizou para fins militares. Suas portas seriam abertas somente em 1965. Adma Jafet, falecida em 1956, não viu o sonho se realizar. Assim começava a história do Hospital Sírio-Libanês.

O cardiologista Fabio Biscegli Jatene, filho de Adib Jatene, um dos pioneiros da cirurgia do coração no Brasil, destaca que a cirurgia cardíaca é uma das especialidades que mais avançou no Brasil. “A cirurgia cardiovascular teve um avanço extraordinário em pouco tempo. Um grande marco foi a possibilidade de parar o coração para poder corrigir seus defeitos, congênitos ou adquiridos. A introdução da circulação extracorpórea fez isso avançar imensamente. Até então, a cirurgia era incipiente”, diz Jatene

Claudio Lottenberg, médico, um dos desbravadores modernos da oftalmologia, relembra: “Os hospitais eram lugares aos quais as pessoas iam para morrer, para fazer tratamentos durante períodos muito longos ou ainda porque não tinham quem cuidasse delas. Mas a tecnologia mudou por completo o propósito de existir dessas instituições; foi ela que conseguiu interferir nos destinos da própria vida”. Lottenberg tornou-se presidente do Hospital Israelita Albert Einstein em 2001.

As histórias acima fazem parte do livro “O Hospital – Memórias de um Brasil em transformação”, que será lançado nesta quinta-feira (17) pela Anahp. A obra traz ainda um panorama do setor ao longo das últimas décadas, a história do SUS, com depoimentos de grandes especialistas da saúde.

Fonte: Segs
Data 17/11/2016

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